quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Resenha do Livro: A Sombra da Serpente - Rick Riordan

  Esse foi o livro que encerrou a trilogia As Crônicas dos Kane......

 Resenha:



  No último volume da trilogia Sadie e Carter têm um importante papel e seus poderes serão fundamentais para a restauração do Maat, a ordem do mundo. E com Apófis, a serpente do Caos, liberto essa tarefa torna-se ainda mais difícil, já que agora eles têm que correr contra o tempo para evitar que a serpente destrua o planeta e no meio disso tudo tendo que lidar com magos revoltosos, casas de magia sendo destruídas e deuses ficando cada vez mais enfraquecidos. A única chance dos dois jovens magos é tentar uma magia que pode lhes custar a vida e para isso, vão ter que ir atrás da alma de um mago psicótico no Duat e impedir seu julgamento, além disso, Walt, uma peça necessária para que o plano dê certo, está com seus dias entre os vivos contados.

Bailes de formatura, pinguins, um triângulo amoroso para lá de esquisito, um livro perdido de um deus e lidar com um deus gagá são só partes do que esses irmãos terão que enfrentar para vencer mais esse desafio. Riordan caprichou nesse último volume, que nada deixa a dever a seus antecessores em aventuras, tramoias e surpresas. Como tinha comentado nas resenhas anteriores, a estrutura narrativa utilizada por Riordan apesar de todos os comentários e discussões em off de Sadie e Carter (que aliás foi uma das melhores coisas feitas pelo autor, já que serviu para aproximar o leitor dos personagens e garantir o tom divertido da história), acaba podando um pouco o autor, pois já é determinista. Apesar, de todos os percalços, no fim ambos se deram bem, afinal, as fitas foram gravadas depois de todos os eventos terem acontecido. Mas, após a leitura de A Sombra da Serpente relevei essa minha birra, a história tem tantas surpresas ao longo da narrativa que acaba superando tudo isso. E eu que já tinha sido cativada pelas mitologias grega e romana, rendi-me de vez à mitologia egípcia e aos personagens criados pelo autor. Sadie e Carter não ficam devendo nada perante seu personagem mais famoso (aka Percy) e seus companheiros de aventuras também são bem interessantes: Khufu, Felix, Bes e outros tantos tornam algumas passagens deveras divertidas. A representatividade de vários países em alguns personagens também deve ter agradado alguns leitores ao redor do mundo. É impossível não ficar toda feliz ao ver que a personagem que Riordan escolheu para ter nacionalidade brasileira (a Cleo) é uma fã de livros, responsável pela biblioteca da Casa do Brooklyn e que pode pirar só de pensar em alguém maltratando um livro. Rola uma identificação e um desejo do país cada vez mais fazer jus a essa imagem, com cada vez mais leitores.

A forma como Riordan trabalhou a mitologia foi muito criativa, e ainda que a fidedignidade não seja atingida (e nem esperava que fosse, já que o objetivo aqui é construir um arcabouço para a história a ser contada – aliás, queria saber se realmente vale a pena criticar a obra do autor com base apenas em um preciosismo bobo, que acaba impedindo que muitos conheçam e se divirtam com os livros), sem dúvida nenhuma é uma série que cativa os que já nutriam interesses pelos egípcios, sua história e mitologia, e que induz nos que acabaram de conhecer, uma vontade de aprofundar-se no assunto. A Sombra da Serpente encerra os eventos catastróficos que quase culminaram no fim do mundo, mas espero que o livro não marque também o fim da jornada de Riordan por essa mitologia, porque algo me diz que ela ainda pode render muitas histórias. E a tirar pela situação que a caixa contendo as fitas com os registros foi entregue ao cara que as transcreveu em livro… Bem, o Duat ainda promete muitas aventuras. E é bom ver que Riordan não deixou de lado uma característica de seus textos que muito me agrada, fazer suas histórias conversarem. Long Island vive sendo lembrada pelo pessoal do Brooklyn como sendo local de focos de magia inexplicáveis, quero só ver quando o Egito vai resolver fazer sua visita à Grécia, Roma…

PS: Uma das coisas que dispenso nos livros do Riordan, na verdade em qualquer livro de ficção que não seja de contos, é o uso descabido de sumários. Essa mania está presente nos livros da série Percy Jackson, foi felizmente abolida na série Os Heróis do Olimpo, mas foi usada e abusada em As Crônicas dos Kane. Não sei se é uma exclusividade das edições brasileiras, ou se advém das originais, mas é fato que arriscar-se a ler os títulos dos capítulos pode não ser uma boa jogada e pode prejudicar o fator surpresa e a emoção de ir desbravando os acontecimentos junto com os personagens. Quer colocar sumário? Faça um remissivo, assim usa-o quem quer e não “fere os olhos” de um leitor sensível à spoilers.

[Blablabla Aleatório] - http://feanari.wordpress.com/2012/12/25/a-sombra-da-serpente-rick-riordan/

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